Ao chegar no Rio de Janeiro em 8 de março de 1808, a família real portuguesa desembarcou não só seus pertences como uma transformação no estilo de vida colonial dos cariocas. Divididos entre euforia, timidez e estranhamento, os moradores da cidade foram se acostumando aos poucos com a nova ordem e com o novo status. Em 1815, os cariocas já usufruíam dos muitos benefícios de morarem na primeira capital do Reino de Portugal, Brasil e Algarves.
A corte de D. João VI também foi impactada com a diferença de hábitos e cultura encontrada em todos os aspectos, desde a alimentação até o comportamento dos brasileiros. Surgiu desse caldeirão uma monarquia totalmente diferente do estilo europeu, com características e personalidade próprias, que contribuíram para que um D. Pedro II saudoso, em seu leito de morte, destinasse as suas últimas palavras ao país: “- Deus me conceda os meus últimos desejos – paz e prosperidade para o Brasil.”
A fuga do monarca português para o Brasil alterou a genética dos cariocas para sempre! A cidade que os estrangeiros acharam suja, feia e malcheirosa começou a se expandir e cuidar de sua aparência, abrindo-se às modas europeias. Nessa época foram construídos chafarizes para o abastecimento de água, pontes e calçadas; abriram-se ruas e estradas; foi instalada a iluminação pública e passaram a ser fiscalizados os mercados e matadouros. Essas melhorias eram realizadas, muitas das vezes, com a contribuição dos ricos moradores, que recebiam em troca benefícios materiais e títulos de nobreza do príncipe regente.
Fonte: www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo02/vida_corte.html