A Casa de Chá da Fundação Oswaldo Cruz completa 115 anos plenamente restaurada. O local foi cenário de trocas científicas e um importante espaço de sociabilidade que congregou cientistas, estudantes e trabalhadores de diversas gerações.
O caramanchão – uma estrutura de madeira do tipo gaiola – foi a primeira das duas edificações da atual Casa de Chá a ser construída. Durante as obras, finalizadas em 1905, uma solução foi encontrada para atender um pedido especial de Oswaldo Cruz. O cientista fazia questão de que a frondosa figueira existente no terreno escolhido para o caramanchão fosse mantida. O resultado pode ser viso em fotos do período: os galhos da árvore varavam o teto, proporcionando sombra ao espaço. “Cortar uma árvore é o mesmo que matar uma pessoa”, disse Oswaldo Cruz ao Jornal do Commercio à época. Infelizmente, a figueira já não existe mais, tendo sido removida na década de 1970, devido a uma infestação de fungos.
Para Cristina Coelho, chefe do Departamento de Patrimônio Histórico da Casa de Oswaldo Cruz, “preservar esses traços é fortalecer a memória da saúde pública no Brasil e transmiti-la com toda a sua riqueza de detalhes. É também reforçar as potencialidades desse conjunto no contexto da pretensa candidatura do Pavilhão Mourisco a patrimônio mundial sob a égide de patrimônio da ciência”, avalia.
Funcionando plenamente, a Casa de Chá mantém hoje o mesmo charme das primeiras décadas do início do século 20 e foi cenário de intensas transformações em um dos principais centros de pesquisa do país e na sociedade brasileira. A restauração é um importante presente em um momento tão desafiador para os pesquisadores e profissionais da saúde do Brasil. É o chá sendo usado como símbolo de hospitalidade e acolhimento a todos os visitantes.
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